Deus O ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo Seu sangue, demonstrando a Sua justiça. Romanos 3:25, NVI
Conforme diz a poesia de um antigo e belo cântico, “o tema da Bíblia é Cristo e como veio salvar”. De fato, todos os demais temas das Escrituras são derivações ou explicação do plano da salvação. Livrarias e bibliotecas religiosas estão repletas de literatura explicativa sobre esse tema. Contudo, apesar da enorme produção literária, do esforço e tempo empreendidos em pesquisar o assunto, apenas entreabrimos a porta do ilimitado depósito que armazena os mistérios do amor de Deus, revelado em Cristo Jesus.
O apóstolo Paulo apresentou o tema da seguinte maneira: “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por Sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus O ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo Seu sangue, demonstrando a Sua justiça. Em Sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos, mas, no presente, demonstrou a Sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3:23-26, NVI).
Um costume pagão levava os devotos a oferecer sacrifícios para aplacar a ira e obter o favor de seus deuses. Em vez disso, Paulo apresentou Deus não como o recebedor, mas como provedor do sacrifício. Assim, Ele mesmo tomou providências para resolver o problema de Sua repulsa contra o pecado: ofereceu Cristo como sacrifício substitutivo. Esse ato não foi elaborado na tentativa de torná-Lo gracioso e amoroso para conosco, mas como um evento por meio do qual expressou Seu amor e Sua graça.
Em outras palavras, “esse enorme sacrifício não foi feito para despertar no coração do Pai o amor pelo ser humano nem para fazer com que Ele Se dispusesse a salvá-lo. Não! ‘Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito’ (Jo 3:16). O Pai nos ama, não por causa da grande propiciação, mas Ele proveu a propiciação porque nos ama. Cristo foi o meio pelo qual Ele pôde derramar Seu amor infinito sobre o mundo caído. ‘Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo’ (2Co 5:19). Deus sofreu junto com Seu Filho. Na agonia do Getsêmani, na morte no Calvário, o coração do Amor Infinito pagou o preço de nossa redenção” (Ellen White, Caminho a Cristo, p. 13, 14).
Você pode entender a plenitude desse amor? Não é sem razão que ele continuará sendo o tema do cântico e da reflexão dos remidos por toda eternidade!
Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB