Os primeiros adventistas observadores do sábado se identificavam com a fiel igreja de Filadélfia (Ap 3:7-13). Classificavam os adventistas guardadores do domingo como a morna igreja de Laodiceia (Ap 3:14-22), e os não adventistas como a morta igreja de Sardes (Ap 3:1-6). Por volta da metade da década de 1850, porém, os observadores do sábado concluíram que, de fato, eles eram a igreja de Laodiceia.
Em 20 de novembro de 1855, Ellen White teve uma visão acerca da letargia espiritual predominante na igreja daquela época. O conteúdo da visão foi publicado em Testemunhos Para a Igreja, volume 1 (p. 113-115), no qual ela declarou enfaticamente: “Vi que o Espírito do Senhor tem estado a extinguir-Se na igreja.” Entre as razões para essa condição deplorável, Ellen White destacou: (1) a confiança na razão humana, em lugar da firme dependência de Deus; (2) o espírito de exaltação pessoal e independência, em vez de humildade e união; (3) a ganância pelo acúmulo de bens pessoais, em lugar do apoio financeiro à causa de Deus; (4) a condescendência com despesas desnecessárias apenas para gratificar os sentimentos, o gosto, o apetite e os olhos; e (5) a perda do espírito de negação do eu e de sacrifício.
O tempo e as circunstâncias mudaram de maneira significativa. Atualmente, a igreja está muito mais sólida e próspera do que no início do movimento adventista. Entretanto, como estamos nos saindo hoje em termos espirituais? Somos mais comprometidos do que eram os pioneiros? Seria possível que alguns dos motivos mencionados para letargia espiritual estejam prevalecendo em nosso meio também?
Sempre que culpamos nossos irmãos por qualquer problema espiritual, de algum modo acabamos nos justificando. Se realmente desejamos vencer a condição morna de Laodiceia, cada um de nós precisa parar de culpar a “igreja” por essa situação e, em humildade, perguntar: “Que parte da mensagem para Laodiceia se aplica diretamente a mim?” Lembre-se: reavivamento e reforma verdadeiros são uma questão pessoal profunda. Trata-se de uma mudança radical em nossa vida espiritual, substituindo o orgulho concentrado no eu pela humildade centralizada em Cristo. – Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB