Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha. Gênesis 22:9

Pense na postura de Isaque em Moriá. O mais natural seria sair correndo, tentar imobilizar o pai ou pedir ajuda aos servos que haviam ficado no pé da montanha. Talvez pudesse confrontar seu pai e argumentar com ele, mostrando que essas ordens de Deus poderiam ser apenas sonhos noturnos ou delírios irresponsáveis.

Isaque, porém, simplesmente obedeceu ao pai. Ele “tinha sido educado desde a meninice a uma obediência pronta e confiante, e, ao ser o propósito de Deus manifestado perante ele, entregou-se com voluntária submissão. Era participante da fé revelada por Abraão e sentia-se honrado sendo chamado a dar a vida em oferta a Deus. Com ternura procura aliviar a dor do pai e ­auxilia-lhe as mãos desfalecidas a amarrarem as cordas que o prendem ao altar” (Patriarcas e Profetas, p. 152).

Há uma grande lição na atitude de Isaque: os filhos não são o que desejamos que eles sejam; são apenas o que somos. Isaque só aceitou fazer a viagem com seu pai e ser amarrado, porque antes viu o exemplo de Abraão. O patriarca havia deixado sua terra para obedecer fielmente às ordens de Deus. Aceitou a estranha promessa de ter um filho na velhice. Obedeceu à ordem de sacrificar seu filho. Com certeza, em muitos outros momentos, Isaque viu a profunda fidelidade do pai. Foi educado pelo exemplo. Quando chegou a sua vez, não agiu diferente do que o próprio pai faria.

A regra também tem seu efeito negativo, e isso aconteceu com Isaque. Assim como o pai havia mentido sobre sua esposa, dizendo que ela era apenas sua irmã, Isaque acabou fazendo o mesmo. No Egito e em Gerar, com Faraó e o rei Abimeleque, Deus teve que corrigir o erro de Abraão (Gn 12:13; 20:2). Na mesma região de Gerar, outra vez com Abimeleque, Isaque também mentiu dizendo que Rebeca era apenas sua irmã (Gn 26:7).

É uma tremenda verdade: os filhos não são o que queremos, são o que somos. Afinal, como alguém disse, “o exemplo não é a melhor maneira de educar, é a única”. Quer que seus filhos sejam profundamente fiéis a Deus? Seja você fiel. Esteja certo de que “um grama de exemplo sempre valerá mais que uma tonelada de conselhos”.

Erton Köhler, Nossa Esperança, MM 2019, CPB

SEM COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA