Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam. Mateus 6:19, 20

Tudo que é usado continuamente um dia se desgasta. Mas esse processo tem sido acelerado pela ideologia moderna de fabricar as coisas para que se quebrem. Durante a década de 1920, o mercado de ações dos Estados Unidos passou por um processo de rápida expansão, que culminou em especulação financeira excessiva. Porém, os preços das ações começaram a diminuir e, no dia 29 de outubro de 1929, o mercado de ações quebrou, dando início à Grande Depressão (1929-1939), “a recessão econômica mais profunda e duradoura da história do mundo ocidental industrializado”. Em 1933, quase metade dos bancos norte-americanos havia falido, e o desemprego se aproximava de 15 milhões de pessoas.

Com o fechamento de várias fábricas, algumas mentes criativas desenvolveram novas estratégias de produção e propaganda. Bernard London recebe o crédito de ter cunhado, em 1932, a expressão “obsolescência programada”, um princípio industrial que leva as pessoas a sentirem necessidade de comprar modelos novos de produtos que elas já têm. O revelador livro de Giles Slade, Made to Break (Feito para Quebrar) explica como o “consumo repetitivo” passou a existir por meio de inovações na produção de papel, do desenvolvimento da indústria do plástico e da “mudança anual de modelo”. A prática se mantém viva por uma sociedade de consumo que está sempre disposta a substituir produtos antigos por outros mais novos.

A obsolescência programada ajuda a alimentar a ideologia do passageiro e descartável. O desejo de ter algo “novo” leva as pessoas a romperem com tudo que tem natureza permanente, inclusive o casamento, a família e os amigos. Essa ideologia se resume mais ou menos nas seguintes palavras: “Você é importante para mim enquanto eu puder extrair alguma vantagem de nosso relacionamento. Quando isso não acontecer mais, eu o substituirei por outra pessoa!”

Em contraste com essa ideologia, a Bíblia enfatiza o dever sagrado, por exemplo, de honrar os pais (Ef 6:1-3), amar “a mulher da tua mocidade” (Pv 5:18) e respeitar os filhos (Ef 6:4). As pessoas são muito mais importantes que as posses! Isso quer dizer que não podemos permitir que a obsessão por coisas novas destrua antigos relacionamentos, feitos para durar para sempre. – Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB

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