E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Mateus 6:7

Desde pequeno, fui ensinado a respeitar os momentos de oração e mantenho esse hábito até hoje. Porém, aos 12 anos, tive minha maior prova. Era desbravador e estava participando do encerramento de meu primeiro campori de União, em novembro de 1981. Meu clube foi anunciado como um dos vencedores, e comecei a vibrar com meus amigos antes da oração final do evento. Tentamos nos controlar e respeitar aquele momento, mas foi muito difícil. Além de estarmos extremamente animados, o pastor orou por “apenas” 22 minutos.

Comecei a me perguntar se aquele realmente era o momento certo para uma oração tão longa. Orações assim deveriam ser feitas em público ou em particular? Na Bíblia, podemos encontrar orientações claras que tornarão nossas orações mais eficientes e coerentes.

A primeira orientação, do próprio Jesus, mostra que, na oração particular, não existe limite de tempo. “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6:6). O próprio Jesus tinha o hábito de passar noites em oração (Mt 14:23; Lc 6:12). Quando Ele orou no Getsêmani, sem ser acompanhado pelos discípulos, lamentou: “Nem uma hora pudestes vós vigiar Comigo?” (Mt 26:40). A expressão “nem uma hora” mostra que Jesus dedicava um longo tempo à oração particular.

No verso de hoje, Jesus recomenda como deve ser a oração pública: “Não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos” (Mt 6:7). Seu conselho é claro: “A oração feita em público deve ser breve, e ir diretamente ao ponto” (Obreiros Evangélicos, p. 175). A Bíblia tem muitos exemplos de orações curtas e que tocaram o coração de Deus, mas o modelo é o Pai Nosso, ensinado pelo próprio Jesus (Mt 6:9-15). As orações públicas e longas na Bíblia são sempre exceções para momentos específicos do povo de Deus. Mas por que ainda acontecem desequilíbrios nessa área? Segundo Ellen White: “É muitas vezes devido à negligência da oração ­particular, que em público elas são longas e fastidiosas” (Obreiros Evangélicos, p. 176).

Saber equilibrar corretamente o tempo e o lugar da oração é uma demonstração da profundidade da comunhão e da humildade do coração.

Erton Köhler, Nossa esperança, MM 2019, CPB

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