O homem que lisonjeia a seu próximo arma-lhe uma rede aos passos.         Provérbios 29:5

Nossa tendência natural é apreciar quem nos aplaude e evitar quem nos critica. É inquestionável que inimigos podem minar nossa reputação e dificultar bastante nossa vida, conforme relatou Davi em alguns dos salmos imprecatórios (Sl 35, 58, 69, 109, etc.). Às vezes, porém, nossos melhores amigos podem se tornar nossos piores inimigos. Ao passo que os inimigos destacam nossos pontos fracos e erros, os amigos podem acabar apenas nos elogiando e desculpando nossas falhas.

Em 29 de agosto de 1899, Ellen White escreveu da Austrália uma carta de advertência para John Harvey Kellogg, que estava se tornando cada vez mais autossuficiente e independente. Ela afirmou: “E por que eu lhe tenho escrito com tanta frequência? Porque não há nenhuma outra pessoa que você considere que tenha autoridade suficiente para dar ouvidos. Assim a questão me foi apresentada. Seus irmãos e colegas na faculdade de medicina e no sanatório não podem ajudá-lo. Você é a própria autoridade. Se as pessoas que se relacionam com você fossem tão verdadeiras quanto deveriam, você ouviria delas palavras de conselho que não tem escutado” (Carta 135, 1899).

Dois reis de Israel foram desencaminhados por seguir o conselho equivocado de amigos bajuladores. O primeiro foi Roboão (1Rs 12:1-24), que rejeitou o conselho dos anciãos e seguiu as sugestões dos jovens que haviam crescido com ele. Em consequência, a nação de Israel se dividiu em reino de Israel (norte) e reino de Judá (sul). O segundo foi Acabe (2Cr 18), que se cercou de 400 profetas bajuladores para concordar com ele contra a mensagem de Micaías, a quem odiava por repreendê-lo. As atitudes inconsequentes de Acabe lhe custaram a vida.

A sabedoria popular adverte: “A bajulação não leva a lugar algum.” Não ajuda o bajulador em si, que é desonesto com a própria consciência e hipócrita com o suposto amigo. Além disso, acaba enganando a pessoa que é bajulada, ao gerar uma sensação de falsa certeza. Nós devemos substituir críticas amargas por admoestação sincera e trocar bajulação enganosa por apreço honesto. Além disso, é preciso evitar “conselhos gratuitos” a quem não quer ser aconselhado (Pv 9:7-9). Falar a palavra certa para a pessoa certa no lugar certo pode causar um impacto positivo na vida de alguém! Alberto Timm, Um dia inesquecível, M 2018, CPB

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