Deus é amor. 1 João 4:8

Todas as maravilhas da natureza dão testemunho “do cuidado paternal do nosso Deus e do desejo que Ele tem de tornar os Seus filhos felizes” (Caminho a Cristo, p. 10). Apesar disso, não é difícil encontrar pessoas com dificuldade para entender e harmonizar a figura de Deus, conforme retratada no Novo Testamento, com a face revelada no Antigo Testamento.

Marcião de Sinope, por exemplo, um herege do 2o século, ensinava a distinção entre o Deus do Antigo Testamento – legalista, inconstante, autoritário e cruel – e o Deus amoroso do Novo Testamento, a quem Jesus veio revelar. Para ele, os dois eram absolutamente incompatíveis, e o propósito do Deus do Novo Testamento era destruir o do Antigo Testamento.

Nada mais enganoso do que isso! No Antigo Testamento, Deus nos fala no mesmo tom de amor e graça com que fala no Novo Testamento. Foi por amor que Ele escolheu Israel como Seu povo (Dt 6:10-12; 7:6-9). Amor e graça recheiam a biografia dos heróis bíblicos. Abraão, por exemplo, não foi chamado porque era perfeito, mas é apresentado como demonstração-chave da salvação pela graça (Rm 4; Gl 3; Tg 2:23). Deixando o assassinato de um egípcio no passado, a graça divina viu Moisés como um homem “mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12:3). A respeito de Noé, está escrito que ele “achou graça diante do Senhor” (Gn 6:8).

Mesmo as guerras relatadas no Antigo Testamento mostram um Deus defensor de Seu povo, misericordioso (Êx 34:6, 7; Is 54:10; Lm 3:22), redentor, perdoador (Mq 7:18,19) bondoso (Sl 146:7-9), fiel, salvador e pai (Dt 32:6; Is 63:16; 64:8). Os revezes sofridos pelos israelitas foram consequências naturais de seu envolvimento com a apostasia. Mas é bom lembrar que até mesmo atos punitivos são considerados “estranhos” à natureza divina (Is 28:21). Ele é amor.

Esse é o nosso Deus, misericordioso e compassivo. “Entregue a Ele todas as coisas que perturbam sua mente. Coisa alguma é grande demais para que Ele não possa suportar […]. Nenhuma calamidade poderá sobrevir ao mais humilde dos Seus filhos, ansiedade alguma que lhe perturbe o coração, nenhuma alegria que possa ter, nenhuma oração sincera que lhe saia dos lábios, sem que seja observada pelo Pai celestial ou sem que Lhe desperte imediato interesse” (Caminho a Cristo, p. 99, 100).

Zinaldo A. Santos, De Coração a Coração, MM 2020, CPB

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