Um dos piores problemas sociais do mundo é o racismo, uma forma de segregação social na qual as pessoas são julgadas não por aquilo que são, mas pela cor da pele e origem étnica. Conscientes do perigo e das ameaças desse problema, muitas pessoas têm aderido a movimentos políticos e sociais antirracistas.
No dia 28 de agosto de 1963, mais de 200 mil pessoas se reuniram em Washington, DC, para a “Marcha sobre Washington”, ajuntamento político em prol da justiça racial e de oportunidades iguais de trabalho para os afro-
americanos. O evento culminou com o famoso discurso de Martin Luther King Jr., no qual ele afirmou: “Eu tenho o sonho de que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de seu credo: ‘Defendemos que tais verdades são evidentes, a saber, que todos os seres humanos foram criados iguais.’”
Mas como vencer o racismo e outras formas de discriminação? Devemos odiar aqueles que nos odeiam e discriminar os que nos discriminam? Se assim for, acabamos acrescentando mais combustível ao motor, produzindo um ambiente totalmente infectado pelo ódio. Conforme Luther King declarou em outro momento: “Retribuir ódio com ódio aumenta ainda mais a escuridão de uma noite já desprovida de estrelas. As trevas não afastam as trevas. Só a luz é capaz de fazer isso. O ódio é incapaz de dar fim ao ódio. Só o amor consegue fazê-lo.” Não surpreende, então, que Jesus tenha ordenado: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5:44). Só o amor é eficaz para lubrificar as engrenagens enferrujadas de nossa sociedade.
Luther King lutou até o último dia de sua vida contra o racismo e a segregação com sua estratégia de resistência não violenta. Ele nos ensina uma grande lição. A tarefa de vencer a tendência natural de odiar aqueles que nos odeiam e ignorar quem nos ignora é um processo contínuo e infindável de ser transformado cada vez mais à imagem e semelhança de Cristo. Somente a graça divina pode nos capacitar a combater a injustiça, vencer o ódio e propagar o amor.
Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB