A estátua do Cristo Redentor, inaugurada no dia 12 de outubro de 1931, é um dos principais símbolos da cidade do Rio de Janeiro. Exatamente 55 anos mais tarde, em 12 de outubro de 1986, a Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia votou o documento de “Métodos de Estudo da Bíblia”, no Concílio Anual, realizado no Rio de Janeiro. Esse documento oficial apresenta diretrizes básicas para interpretar a Bíblia, a Palavra confiável de Deus, e rejeita toda e qualquer hermenêutica que menospreze sua origem e autoridade divina.
O documento nos estimula a evitar “o uso de pressuposições e deduções associadas ao método crítico-histórico”. Sob a pressuposição de que “o intelecto humano está sujeito à Bíblia”, o documento adverte que “mesmo um uso modificado” do método crítico-histórico que “retenha o princípio crítico, subordinando a Bíblia à razão humana, é inaceitável para os adventistas” (ver Compreendendo as Escrituras: Uma abordagem adventista, Apêndice A). Esse documento ajuda a igreja a manter sua integridade hermenêutica.
De modo geral, muitas tensões e controvérsias teológicas dentro do cristianismo derivaram de preconceitos humanos e interpretações falhas da Bíblia. Por exemplo, o teólogo luterano Gerhard Ebeling afirma que “a história da igreja é a história da exposição das Escrituras” (The Word of God and Tradition [A Palavra de Deus e a Tradição], p. 11-31). No entanto, muito antes de se pensar em história da igreja, ocorreu uma disputa hermenêutica no jardim do Éden entre Eva e a serpente acerca de como a Palavra de Deus deveria ser compreendida (Gn 2:15-17; 3:1-7). Quase todos os debates de Cristo diziam respeito à interpretação das Escrituras ou a seu cumprimento (Mt 4:1-11; 15:1-20; 22:23-33; Lc 4:16-30; 10:25-37, etc.).
Sabemos que, nos últimos dias da história humana, muitas distorções sobre como interpretar a Bíblia surgirão e ventos de falsas doutrinas soprarão (Ef 4:14; 2Tm 4:3, 4). Ao mesmo tempo, Deus terá “um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas” (O Grande Conflito, p. 595). Que façamos parte desse povo fiel que vive de acordo com “toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4:4). – Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB