Uma das viagens mais marcantes do século 17 foi a dos Pais Peregrinos, que primeiro foram da Holanda para a Inglaterra e, de lá, para o Novo Mundo. Após mais de 12 meses atravessando o oceano Atlântico, o navio Mayflower finalmente ancorou no dia 21 de novembro de 1620 (ou 11 de novembro, no antigo calendário juliano) na ponta do Cabo Cod, onde atualmente se localiza Provincetown, Massachusetts. Eles chegaram ao Novo Mundo procurando liberdade religiosa para si e com a esperança de fundar uma nação de acordo com a vontade de Deus.
Enquanto ainda estava em Leiden, Holanda, John Robinson, o querido pastor do grupo, havia planejado se unir aos peregrinos na viagem. Por alguns motivos, porém, acabou ficando. Ainda assim, fez um significativo discurso de despedida. Ele começou dizendo: “Muito em breve partireis para terras distantes, e só o Senhor sabe se verei vossa face novamente. Mas quer esses sejam os planos do Senhor quer não, rogo-vos perante Deus e Seus benditos anjos que não me sigais mais do que tenho seguido a Cristo. E se Deus vos revelar qualquer coisa por intermédio de outro de Seus instrumentos, estejais prontos para receber a mensagem como sempre estivestes dispostos a recebê-la mediante meu ministério. Pois tenho a confiança de que o Senhor tem mais luz e verdade para revelar em Sua santa Palavra.”
Na sequência, Robinson chamou a atenção dos peregrinos para a condição estagnada das igrejas reformadas. Os luteranos “não conseguiram ir além do que Lutero viu”, e os calvinistas “permaneceram no mesmo ponto em que ele [Calvino] os deixou”. Em contraste, os Pais Peregrinos deveriam permanecer abertos a novas compreensões da verdade bíblica sob a orientação do Espírito Santo. Fica bem evidente, com base nesse discurso, que Robinson estava em sintonia com o famoso lema: “A igreja reformada está sempre sendo reformada de acordo com a Palavra de Deus.”
A paixão incessante por uma compreensão cada vez mais profunda da verdade bíblica também inspirou os fundadores do adventismo do sétimo dia. Um bom exemplo é o de John N. Andrews, que afirmou em 1849: “Eu trocaria mil erros por uma verdade.”
Que o Senhor nos conceda a mesma paixão em explorar a mina inesgotável da verdade! Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB