Lembrai-vos da palavra que Eu vos disse: não é o servo maior do que seu Senhor. Se Me perseguiram a Mim, também perseguirão a vós outros. João 15:20

Muitos pregadores populares sugerem que quem aceita Cristo é protegido de todos os problemas da vida. Com certeza, isso nem sempre ocorre. Alguns cristãos são chamados a testemunhar por meio da perseguição e da morte. Um exemplo moderno é o da família do missionário brasileiro Ruimar de Paiva. Após alguns anos na Universidade Andrews, a família seguiu para o arquipélago de Palau, Micronésia, em agosto de 2002. Ruimar era pastor da Igreja Adventista de Koror, e sua esposa, Margareth, trabalhava como professora na escola adventista local.

Tudo ia bem até o início da manhã de 22 de dezembro de 2003, quando um estranho invadiu a casa deles. O intruso matou Ruimar, Margareth e Larisson, o filho de 11 anos do casal. Em seguida, ele abusou de Melissa de Paiva, a filha de dez anos. Crendo que a garota estava morta, o assassino jogou o corpo dela em uma estrada deserta no começo da manhã seguinte. Providencialmente, um bondoso casal que passava por lá a encontrou e a levou para o hospital. No culto fúnebre realizado na ilha, Ruth de Paiva, a mãe de Ruimar, perdoou publicamente o agressor. Seu ato de graça chocou a população local.

Por que o Senhor permitiu que uma tragédia assim acontecesse? Vários anos depois, Melissa declarou: “Ao olhar para trás, consigo perceber que meus pais e meu irmão realizaram mais na morte do que em vida, e muitas bênçãos surgiram daquilo que parecia ser o fim de tudo. Aprendi a ser uma pessoa muito mais forte, e meu relacionamento com o Senhor prosperou. Diversas oportunidades apareceram que nunca teriam se apresentado caso as coisas não tivessem acontecido dessa maneira […]. Antes de partir de Palau, eu disse ao povo que um dia voltaria como missionária.”

João escreveu em seu evangelho que o martírio de Pedro “havia de glorificar a Deus” (Jo 21:19). Em sua célebre Apologia (L.13), Tertuliano argumentou: “Quanto mais somos ceifados por vocês, mais crescemos em número. O sangue dos cristãos é a semente.” Em realidade, alguns filhos de Deus são chamados a testemunhar Dele em boa saúde; outros, em enfermidade; e ainda há aqueles que testemunham por meio da morte. Confiemos que o Senhor sabe o que é melhor para nós e para Sua causa.

Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB

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