Em junho de 1998, visitei as cidades gregas de Atenas, Corinto e Olímpia. Perto da última cidade, conheci o complexo onde se realizavam os jogos olímpicos da Antiguidade, inclusive as ruínas do templo do Zeus de Olímpia e o velho Estádio. A primeira Olimpíada de que se tem registro ocorreu em 776 a.C., e os jogos aconteciam a cada quatro anos, durante uma festa religiosa em honra a Zeus, o maior de todos os deuses gregos. Os jogos olímpicos se tornaram a competição atlética mais importante do mundo antigo, mas foram realizados pela última vez em 393 d.C. Depois disso, os jogos foram proibidos pelo imperador Teodósio.
Quinze séculos depois, em 6 de abril de 1896, aconteceu a abertura dos primeiros jogos olímpicos modernos em Atenas. Desde então, eles voltaram a ser realizados a cada quatro anos, mas em uma cidade diferente a cada edição. Onze mulheres, representando as virgens vestais, vão até o local das Olimpíadas antigas e acendem a tocha olímpica com a luz do Sol concentrada por meio de um espelho parabólico. De Olímpia, a tocha é levada primeiro para o Estádio Panatenaico em Atenas e, de lá, para o local em que ocorrerão os jogos olímpicos.
Em 1 Coríntios 9:24 a 27, Paulo usou a imagem desses jogos antigos como analogia para a corrida cristã. Primeiramente, estimulou o cristão a ser um atleta vitorioso. Nos jogos olímpicos, “de todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio”. Na corrida cristã, porém, todos podem ser vitoriosos. Em segundo lugar, Paulo destacou que a recompensa cristã vale todos os esforços. Em Olímpia, o prêmio para o vencedor era uma guirlanda de oliveira selvagem e, em Corinto, havia uma coroa ainda mais perecível feita de aipo murcho. Mas o cristão vitorioso receberá “uma coroa que dura para sempre” (v. 25, NVI).
Em Hebreus 11:39 a 12:2, todos os que correram com fé, no passado, foram retratados de forma metafórica assistindo à nossa corrida e vibrando por nossa vitória. Entretanto, nós, cristãos, não devemos acender nossa tocha olímpica no santuário do Templo de Hera (esposa de Zeus), mas no altar da cruz do Calvário. E não esperamos receber apenas uma guirlanda perecível, mas a eterna “coroa da justiça” (2Tm 4:8).
Continue correndo rumo à vitória! – Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB