Então, voltando-Se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes Me negarás, antes de cantar o galo. Então, Pedro, saindo dali, chorou amargamente. Lucas 22:61, 62

Algumas pessoas são boas amigas em particular, mas não necessariamente quando estão sob pressão. Foi exatamente esse o caso de Pedro, um dos doze apóstolos. Ele prometeu lealdade incondicional a Cristo, mas mudou de atitude após vê-Lo preso. Pouco depois, arrependeu-se de haver negado ao Senhor e renovou seu compromisso com Ele (Lc 22:31-33, 54-62). Uma experiência semelhante ocorreu com Jerônimo de Praga (c. 1365-1416), o eloquente pré-reformador boêmio e amigo próximo de João Hus.

Enquanto estudava em Oxford, Jerônimo aceitou os ensinos de Wycliffe contra a supremacia papal. Sua nova ênfase na autoridade das Escrituras e na liderança de Cristo despertou forte oposição do clero. Em abril de 1415, ele foi preso e levado ao Concílio de Constança. Sob muita pressão e exaustão física, em 23 de setembro de 1415, Jerônimo acabou assinando uma retratação formal dos ensinos supostamente “hereges” de Wycliffe e João Hus. No entanto, alguns clérigos questionaram a sinceridade de sua declaração. Por isso, seu julgamento foi retomado em 1416.

No dia 26 de maio, Jerônimo revogou publicamente sua retratação anterior. Chegou a confessar que nenhum pecado o havia incomodado tanto quanto haver negado as próprias convicções. Em 30 de maio, o concílio o condenou como herege contumaz e o sentenciou à morte na estaca. Quando os executores começaram a atear fogo por suas costas, ele disse: “Venham aqui e acendam o fogo na minha frente. Se eu estivesse com medo, nunca teria chegado a este lugar.” O pré-reformador morreu orando. Suas cinzas, assim como as de Hus, foram jogadas no rio Reno.

É possível que nunca tenhamos negado publicamente nosso Senhor e Salvador como Pedro e Jerônimo de Praga fizeram. Mas talvez, em escala bem menor, nossa lealdade a Cristo, nosso compromisso com Sua Palavra e nosso apoio à Sua igreja não sejam tão fortes quanto no passado. É possível que tenhamos feito promessas a Ele que nunca se cumpriram. Se esse for o caso, então devemos seguir o exemplo desses dois grandes cristãos e dedicar mais uma vez nossa vida a Cristo e à Sua causa. – Alberto Timm, Um dia inesquecível, MM 2018, CPB

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