Mas Judas Iscariotes, um dos Seus discípulos, o que estava para traí-Lo, disse: Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres? João 12:4, 5

Durante o banquete oferecido por Simão para homenagear Jesus, Maria aproveitou para ungir seu Mestre e, sem saber, preparou-O para os momentos finais que aconteceriam em uma semana.

Quando o perfume se espalhou pela casa, e a atenção de todos foi chamada para a homenagem de Maria, não faltaram críticas e julgamento. Simão julgou Jesus por comer com pecadores, quando ele mesmo havia levado Maria ao pecado.

Por outro lado, Judas criticou Maria por gastar tanto dinheiro com um perfume e deixar de usar o valor para ajudar os pobres. Entretanto, Ellen White afirma: “Judas não tinha coração para os pobres. Houvessem vendido o unguento de Maria, caísse o lucro em seu poder, e não teriam os pobres recebido o benefício” (O Desejado de Todas as Nações, p. 559). Ela diz ainda que ele “era altamente considerado pelos discípulos e exercia sobre eles grande ­influência. […] Suas sugestões estavam sempre despertando desejos ambiciosos de vantagens temporais, desviando assim os discípulos dos importantes assuntos que deveriam ter considerado” (ibid., p. 717, 719).

Judas foi muito duro. “Maria ouviu as palavras de crítica. O coração tremeu-lhe no peito. Temeu que a irmã a repreendesse por seu desperdício. Talvez o Mestre também a julgasse imprevidente. Sem se justificar ou apresentar desculpa, estava para se esquivar dali, quando se ouviu a voz de seu Senhor: ‘Deixai-a, para que a molestais?’” (ibid., p. 560).

Cuidado com o julgamento. Ainda me lembro de uma entrevista concedida por um dos juízes aposentados do Supremo Tribunal Federal. Ao ser perguntado se concordava com um procedimento da operação Lava Jato, que combate a corrupção no Brasil, ele respondeu: “A princípio não concordo, mas não posso insistir em minha opinião. Os juízes que tomaram esta decisão devem ter informações que eu não tenho. Quando estava na corte sabia de coisas que o público não sabia e, baseado nelas, tomava minhas decisões.”

As coisas podem não seguir a lógica que você espera nem ser como em seu pensamento. Há sempre um outro lado da moeda. Enquanto Simão e Judas preferiram julgar, Maria decidiu amar, e Jesus aproveitou para salvar. Julgue menos e ame mais.

Erton Köhler, Nossa Esperança, MM 2019, CPB

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