Que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida. 1 Timóteo 6:18, 19

Para o escritor bíblico, há perfeita harmonia entre essas duas afirmações aparentemente contraditórias: generosidade para repartir de um lado; e acúmulo de tesouros. Do ponto de vista das escrituras, é justamente o generoso em dar que está acumulando para si um tesouro eterno, que está lançando um sólido fundamento para o futuro e que está em condições de herdar a “verdadeira vida”. Nosso Mestre costumava dizer que “a vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui” (Lc 12:15). O que entesoura para si mesmo é pobre, mas o que reparte com os necessitados “é rico para com Deus” (Lc 12:21). No dia do ajuste final, o que conta é ser “rico para com Deus”.

Sempre houve na igreja pessoas que, como Barnabé, se desfizeram de seus bens para aliviar as necessidades dos outros. Houve mesmo pessoas que passaram por alto suas necessidades para socorrer os irmãos, demonstrando o verdadeiro espírito de fraternidade cristã. Não somente na igreja apostólica havia pessoas movidas de genuíno altruísmo, mas em todas as épocas. Fritz Kreisler, o famoso violinista, pertencia a essa elite espiritual para a qual a generosidade era tão natural como o é para uma rosa exalar seu perfume. A seguir seu testemunho de amor ao próximo:

“Não considero como meu o dinheiro que ganho […] apenas um fundo que é confiado a meus cuidados para um desembolso apropriado. Procuro constantemente reduzir ao mínimo minhas necessidades. Sinto-me moralmente culpado se encomendo uma refeição cara, porque isso priva alguém de uma fatia de pão – ou talvez alguma criança de um litro de leite. Minha querida esposa tem sobre o assunto exatamente a mesma opinião que eu. Os senhores sabem o que eu como; sabem como me visto. Em todos esses anos de êxito no mundo da música, não construímos ainda uma casa para nós. Entre a casa e nós acham-se todos os pobres destituídos de lar de todo o mundo.”

Quantas vezes oramos pelo poder pentecostal que operava na igreja primitiva! Mas se queremos sinceramente esse poder, devemos orar para sermos enchidos do mesmo espírito. Lucas caracteriza a igreja com uma frase maravilhosa: “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum” (At 4:32).

O Espírito Santo poderia dizer o mesmo de nós?

Siegfried J. Schwantes, 21/2/1991, MM2021, CPB

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